9 de setembro de 2010

Dependência emocional

“A dependência emocional é um tipo de patologia emocional e de relacionamentos, recentemente descrita por estudiosos do comportamento humano nos EUA. È uma experiência comportamental patológica alteradora o estado de humor.”

Todos nós, seres humanos, precisamos de criar e desenvolver vários tipos de elos/ligações com os outros. Precisamos de relações amorosas, criar vínculos, laços e de pertença. Contudo, surge um serio problema quando esses vínculos e laços se tornam padrões disfuncionais repetitivos de insatisfação, insegurança, infelicidade e rejeição, de vergonha e culpa, baixa auto estima, isolamento, raiva e ressentimento e dependência.
Isto significa que o amor levado a um extremo poderá conduzir ao sofrimento e desgoverno a que podemos designar de dependência emocional – “o amor é cego”. Por vezes, abusamos da palavra/conceito amor. A nossa cultura/sociedade reforça a crença disfuncional de que devemos procurar a felicidade “mágica” no amor-paixão. Somos constantemente bombardeados, através dos media, por promessas de uma relação apaixonada que nos trará satisfação e realização. Para onde quer que olhemos assistimos a telenovelas, programas de televisão, revistas, romances, anúncios que apelam às nossas emoções (à imaginação, ao sonho, á sedução e sensualidade) e às relações perfeitas e fáceis.
Quase que dependemos dos relacionamentos de “sucesso” para conseguimos um propósito e sentido na vida.

O amor apaixonado é aquilo que alguém sente geralmente por um parceiro/a impossível. De facto, é exactamente por ser impossível que existe tanta paixão. Para que exista a paixão, tem de se verificar uma luta continua, têm de existir obstáculos a ultrapassar e um desejo de obter mais do que é oferecido. Literalmente, paixão significa sofrimento, e frequentemente, quanto maior é o sofrimento maior é a paixão. A prioridade e a razão da felicidade gira em torno da conquista, da sedução, do romance, do flirt, do sexo. A intensidade emocional de um caso de amor apaixonado não é comparável ao conforto mais subtil, de uma relacionamento estável e empenhado. Assim se o parceiro/a, finalmente, recebesse por parte do alvo da sua paixão que tão ardentemente desejava, o sofrimento terminaria e a paixão em breve se esfumaria. Nessa altura, provavelmente iria deixar de gostar dessa pessoa, porque a magoa doce-amarga teria desaparecido.

A nossa tradição ocidental de amar e de ser amado é na minha perspectiva um conceito ultrapassado e disfuncional que promove a dependência emocional. Vivemos para a posse das coisas (materiais) e de poder sobre os outros.

1 comentário:

  1. Dependência - conceito por si associado a sentimentos, emoções, características negativas, nomeadamente do dependente que não consegue dizer não e daquele que o possui por ser controlador, possessivo, etc etc.
    Hoje em dia há condições para o amor ser mais sincero, mais livre. Amor, não paixão.Será o medo da solidão que leva as pessoas falarem tão facilmente de amor e paixão? Será o medo da não aceitação numa sociedade onde quem não tem amor, paixão e/ou sexo não pode ser feliz? Enfim era 1 assunto de horas e horas ;)digno de tese

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